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Balata é o látex de uma árvore denominada balateira, também conhecida como maparajuba (Manilkara bidentata), da família das Sapotáceas, comum nos estados do Norte do Brasil, de onde se extrai uma goma elástica e visguenta semelhante ao látex da seringueira . M. G. S. D. Magalhães, contudo, em sua tese de doutorado (MAGALHÃES, 2006), afirma que a balata é extraída de uma árvore cujo gênero é Mimusopis (MAGALHÃES, 2006: p. 194 ). Com efeito, a balata pode ser obtida de duas árvores sapotáceas, Mimusopis amazonica e Manilkara bidentata (SILVA, 2007: p. 153) .
Extração e beneficiamento

A extração da balata foi filmada, em 1921, por Silvino Santos e Agesilau Araújo, para o clássico filme documentário No paiz das Amazonas, exibido na Exposição do Centenário da Independência, no Rio de Janeiro (1922), tendo sido apresentado, posteriormente, nas principais capitais do Brasil e da Europa e nos EUA . Na sinopse dessa película fílmica, consta: "(...) o filme retrata diversas formas de sobrevivência e trabalho na região: a pesca do peixe-boi e do pirarucu, a extração da balata e o preparo do látex, a extração da castanha e o preparo do guaraná (...)" .
Os blocos desse látex são aquecidos em banho-maria no momento da confecção das peças artesanais, que, em sua forma final, apresentam textura semelhante ao couro. A cor dos objetos de balata vão desde o cinza-claro (miniaturas) ao marrom-avermelhado (urnas funerárias, indígenas). Peixes-bois em miniatura, de balata, são pintados de preto, enquanto botos, de cor rosa. Na atualidade, são moldados objetos como sapatos e galochas, por exemplo, como miniaturas de animais da fauna brasileira: o boto, o pirarucu, a tartaruga, o macaco, o cavalo, o boi, a cobra, o búfalo da Ilha de Marajó etc. . No Mercado Municipal Adolpho Lisboa, construído no apogeu da Época Áurea da Borracha - que apresenta estrutura arquitetônica de ferro, oriunda da Inglaterra -, de Manaus, as esculturas que representam, em tamanho reduzido, índios, remos, canoas, ocas, malocas e animais são apreciadas por turistas e colecionadores de peças do artesanato amazônico .
O tecnologicamente avançado setor industrial da capital do Estado do Amazonas (Brasil) - o PIM - abriga um segmento de produção de eletro-eletrônicos. Nesse Pólo Industrial de Manaus (PIM, anteriormente denominado Distrito Industrial), há a Rua Balata, a confirmar a importância sócio-econômica do produto, no Estado do Amazonas.
Dados científicos

Não se deve confundir a verdadeira maçaranduba (Manilkara huberi) com a maparajuba (balata: Manilkara bidentata), que é uma subespécie da maçaranduba: "Manilkara huberi [maçaranduba verdadeira] é uma árvore com cerca de 40-50 m de altura. Ocorre geralmente nas regiões de terra firme da Amazônia de até 700 m de altitude. Dentre as espécies do gênero, Manilkara huberi é a mais conhecida e com a maior distribuição na Amazônia. Apesar de ser facilmente reconhecida devido às suas folhas grandes e amarelas na face abaxial, é frequentemente confundida com outras espécies do gênero devido à similaridade dos seus troncos" (Embrapa / Brasil) .


Por ser menos explorada no âmbito da indústria madeireira, a maparajuba (balata) encontra-se mais preservada do que as árvores da maçaranduba verdadeira, quando estas alcançam grande porte.
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